Evo Morales denuncia plano de assassinato e pede ajuda a Lula: “Que me prendam, mas que não me matem”

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Ex-presidente boliviano diz ser alvo de um complô político e afirma que o atual governo quer eliminá-lo

Evo Morales. Foto: Agência Brasil
Evo Morales. Foto: Agência Brasil

A crise política na Bolívia atinge um novo patamar com a grave denúncia feita por Evo Morales. Em entrevista ao jornalista Leandro Demori, diretor do ICL Notícias, o ex-presidente boliviano afirma que há um plano em curso para matá-lo e apela diretamente ao presidente Lula (PT) para evitar o que chama de um desfecho trágico.

Que me prendam, mas que não me matem”, disse Morales, ao relatar que está refugiado no interior do país e cercado por mil seguranças para evitar sua captura ou execução.

Segundo Evo, o suposto plano teria sido arquitetado pelo assessor particular do presidente boliviano Luis Arce, Hugo Moldiz, dono do jornal La Epoca. “O plano do governo, através de Hugo Moldiz, é ‘baixar’. Repito: ‘baixar’, em termos militares, é matar”, afirmou.

Evo diz que drones têm sobrevoado seu esconderijo e que há um plano de infiltrar agentes entre seus seguranças para capturá-lo. “Mas o plano vai além disso. Querem me matar ou me enviar para os Estados Unidos”, denunciou.

Ele acredita que o complô conta com o apoio de setores da direita, do imperialismo e de uma mídia financiada pelo atual governo.

Da aliança à ruptura com Arce

A tensão entre Evo Morales e o presidente Luis Arce, seu antigo aliado político e correligionário no Movimento ao Socialismo (MAS), se intensificou desde que Evo anunciou sua pré-candidatura à presidência nas eleições de 2025. O ex-presidente ou a criticar abertamente a condução econômica do país, chamando a gestão de Arce de “neoliberal”.

O racha se agravou após Evo ser alvo de uma investigação por tráfico de pessoas envolvendo uma menor de idade. A ordem de prisão, posteriormente anulada pela Justiça, teria sido, segundo ele, uma armação para tirá-lo da corrida presidencial. “Estou sendo perseguido politicamente. E a mando do próprio Arce”, disse;

“É como um confinamento”

Morales afirma estar vivendo um confinamento forçado. “ Isso é resultado de uma perseguição injusta e ilegal. Mas não é só o governo por trás disso. Há o império, a direita e uma campanha de difamação promovida por meios de comunicação pagos”, declarou.

Ele compara sua situação à de Lula no período que antecedeu sua prisão, em 2018: “Lembro quando começaram a processar Lula. O povo o protegeu em casa. Lula disse: ‘Vou me entregar’. Mas, depois de tentativas de magnicídio, eu digo: não. Prefiro que me prendam. Já são sete meses. E o plano agora é infiltrar, sabotar, matar.

Apelo ao Brasil

Na entrevista, Evo Morales faz um apelo direto ao presidente Lula para que atue como mediador e evite que o conflito boliviano se transforme em tragédia.

Tomara que o irmão Lula possa parar isso, fazendo um chamado a Luiz Arce. Caso contrário, o plano vai se concretizar”, alertou.

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