A autofagia política de fritar Haddad, por Luís Nassif

Enquanto o país não encontra o rumo, Haddad cumpre sua missão, tentando, dentro dos limites estreitos definidos pelo governo

Valter Campanato – Agência Brasil

A falta de rumo político muitas vezes provoca o fenômeno da autofagia partidária. É o que está acontecendo nesse momento, com os ataques de parte do PT ao Ministro da Fazenda Fernando Haddad, talvez o melhor quadro do PT. Há uma enorme incompreensão sobre os desafios e os riscos enfrentados.

Tem-se o seguinte quadro:

  1. Um Congresso majoritariamente de oposição.
  2. Uma mídia corporativa empenhado na desmoralização diuturna do governo, escondendo qualquer feito e escandalizando qualquer bobagem,
  3. Um mercado que (assim como a mídia) já escolheu seu campeão branco, Tarcísio de Freitas e fará de tudo para levá-lo à presidência.

Toda essa construção, sem alicerces, equilibra-se na superfície frágil da política monetária por conta de uma de suas pernas: os efeitos sobre o dólar.

Nem se vá discutir a irracionalidade de um modelo que joga o controle da política monetária nas mãos do mercado e depois exige mais juros altos para compensar o peso da dívida sobre o PIB, fruto justamente dos juros altos. Fiquemos no fato concreto: as limitações existem. E tudo gira em torno do livre fluxo de capitais.

Mais que isso. A ordem econômica ocidental está em ruptura. Toda a ordem econômica, em torno do dólar, está ruindo, o centro dinâmico da economia mudando-se para a Ásia. É um terremoto que torna impossível avaliar os desdobramentos. Só depois que a terra se assentar cada país poderá aquilatar os efeitos e encontrar seu rumo.

Por isso mesmo, em algum ponto qualquer do futuro, o país terá que partir para as grandes escolhas: a nova ordem do BRICS ou continuar no raio de influência de uma potência cada vez mais autoritária, desprezando todas as instituições multilaterais? Continuará um barco levado pelas ondas do livre fluxo de capitais ou imporá freios a esse jogo louco?

Nao se trata se escolha fácil. Olhando de fora, até é possível prever que, em algum ponto do futuro, o eixo do Brasil se deslocará para a Ásia. Mas em qual momento, sob quais condições? Ainda mais sabendo do extraordinário poder de desestabilização exercido pelo Departamento de Estado, ainda mais aliado  ao monstro do bolsonarismo, que, em 2018, nasceu sob a complacência do Supremo Tribunal Federal.

É nesse terreno movediço que Haddad tenta levar o barco do governo, na parte que lhe toca: alcançar o equilíbrio primário nas contas. E o faz com o desprendimento e a responsabilidade dos grandes homens públicos, que ousam correr riscos, dentro dos limites que lhe são permitidos.

Não se esqueça que Haddad liderou discussões no G20 sobre a criação de uma taxação global sobre os super-ricos. A proposta brasileira visa estabelecer uma alíquota mínima global de 2% sobre a renda dos bilionários, com o objetivo de financiar ações contra a pobreza e as mudanças climáticas. Essa iniciativa ganhou apoio de diversos países, incluindo França, Espanha e Colômbia, e foi considerada uma “conquista moral e ética”.

No episódio do IOF sobre transações externas, acabou recuando depois do terrorismo de que a medida poderia provocar uma fuga de capitais do país, similar ao movimento especulativo de dezembro ado.

Agora, acena-se com o custo do IOF sobre o crédito interno. Ora, se se ite que afeta o custo do crédito, deveria ser num argumento para a redução proporcional da Selic. Mas usam-se os pequenos para justificar a isenção aos ricos e manter intocado o controle do mercado sobre a Selic.

Enquanto o país não encontra o rumo, Haddad cumpre sua missão, errando, acertando, mas tentando, dentro dos limites estreitos definidos pelo governo, mas sempre pensando no interesse nacional. Alguém menos responsável quedaria no cargo sem ousar respirar forte.

O melhor a fazer seria o próprio partido abrir uma discussão técnica, trazendo a academia, especialistas em mercado, em geopolítica, em política interna, para começar a desbravar o novo normal que virá pela frente.

E pare de queimar seu quadro mais competente.

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19 Comentários

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  1. Se o fluxo de capitais é o grande problema – e é – então acione o Conselho Monetário Nacional (CMN) formado pelos ministros da Fazenda, Planejamento e presidente do Banco Central, todos nomeados por Lula, e estabeleça o controle de capitais. Daí, o US$ poderá ser estabilizado via atuação direta do Banco Central. Mas o governo quer?!
    Essas ferramentas estão ao alcance do governo desde o dia 2/1/2023.
    Haddad está preocupado em cortar investimentos públicos para agradar a Febraban. E ponto!
    Mas alguns tentam salvar a pele deste office boy da faria lima.

  2. Bem antes da existência das redes sociais e do domínio exercido pela direita na comunicação das mesmas, um sábio (Chico Buarque) recomendou a criação do Ministério Vai Dar Merda.
    Mais de duas décadas se aram e nada de criarem este Ministério.
    Haddad com certeza é um dos Políticos que mais se beneficiaria do apoio deste Ministério.
    Tirando a sua gestão técnica a frente do Ministério da Educação, desde então ele é o Rei da Péssima Comunicação e do popular “Deu M.”.
    Na frente da Prefeitura de SP teve diversas ações assim. No final só os mais descolados (e classe média alta) entendiam ele, tanto que colegas meus da esquerda periféricos de SP, chamavam ele de Prefeito da Vila Madalena. A comunicação, até das coisas boas para periferia, era ineficiente.
    Mas, depois que ele erra, vem a Direita massacrando, aí, nós progressistas saímos em sua defesa. Esquecemos a causa do problema.
    Nassif que foi um dos grandes defensores das ferramentas da qualidade (lá nos anos 90 e tb 2000) conhece bem o Diagrama de Ishikawa. Eu gosto muito da lógica da Causa – Efeito, que compõem a “Espinha de Peixe” de Ishikawa.
    Na maioria dos problemas da vida e isto fica muito evidente nos problemas do Governo LULA 3, discutimos os efeitos, sem analisar as causas.
    Vivemos em Estado de Guerra. Qualquer (enfatizo qualquer) ação do Governo é alvo de críticas.
    Portanto, sendo ruim ou sendo boa a ação do Governo, temos que ter uma super preparação antes de qq divulgação. Ao se divulgar várias ações de comunicação simultâneas ao lançamento para propagandear o que o Governo pretende fazer.
    Então, Prezado Nassif (que acompanho na internet desde o IG) e que respeitosamente me apaixonei por suas análises na Folha de SP (quando eu ainda era um adolescente, mais de trinta anos se aram). Se o Haddad é um dos melhores quadros, a esquerda está muito mal.***
    Depois te tanto apanhar quando Prefeito de SP, de perder de forma humilhante para o Dória no primeiro turno, ele não aprendeu ainda a importância da comunicação?
    Não estou nem criticando ele por sabotar ações de alavancagem da economia pelo Lula, como a redução do IPI dos carros (aqui cabe uma postagem exclusiva, de como o Ministério dele agiu para não dar certo e depois dizer que os tempos são outros, diferente de LULA 2).
    Nassif que didaticamente nos ensinou o conceito de CEO Genérico, Haddad é uma pessoa legal, um cara do bem e quer o bem das Pessoas, mas não é um bom CEO especialista e pior, nem um bom CEO Genérico (aqueles que enganam com a receita de curto prazo e ótima comunicação).

    *** A direita está pior, mas tem a imprensa como aliada e se comunica bem pelas redes sociais. Tarcisio é um péssimo gestor, exemplos são fartos, a segurança é o seu “calcanhar de Aquiles”. Mas, tem mais, a entrada de Alphaville (bairro suburbano Nobre de SP) tem uma obra parada com mato crescendo desde 2024. Houve um troca de concessionária da Rodovia não explicada. Se está assim em bairros ricos, como está na Periferia? Onde está a comunicação da esquerda nas redes mostrando isto diuturnamente? Onde tem uma postagem falando Tarcisio Mau Gestor? Eles são ruins, mas se comunicam bem. Haddad não é ruim, mas se comunica pessimamente. Hoje tem muita gente (e eu estou entre eles, que preferiria Alckimin que Haddad).

    1. Não é apenas a comunicação, é o conteúdo.

      Não se governa para dois senhores.

      E Haddad governa para três: o capital, o capital e o capital.

      Essa conversa mole que o problema é a mensagem dá uma ideia errada de que basta repetirmos as asneiras do Lula e esses programas mequetrefes que a coisa vai andar… não vai.

      Já era.

      Nem com Murdoch ou Turner na comunicação do PT daria certo, nem com Bannon.

      É impossível conciliar um casamento de um tigre com uma galinha e pretender dar boas notícias dessa união.

      Lula é isso, e não tem espinha de peixe ou diagrama tecnocrata que dê jeito nisso.

      É a política, estúpidos.

  3. Bem antes da existência das redes sociais e do domínio exercido pela direita na comunicação das mesmas, um sábio (Chico Buarque) recomendou a criação do Ministério Vai Dar Merda.
    Mais de duas décadas se aram e nada de criarem este Ministério.
    Haddad com certeza é um dos Políticos que mais se beneficiaria do apoio deste Ministério.
    Tirando a sua gestão técnica a frente do Ministério da Educação, desde então ele é o Rei da Péssima Comunicação e do popular “Deu M.”.
    Na frente da Prefeitura de SP teve diversas ações assim. No final só os mais descolados (e classe média alta) entendiam ele, tanto que colegas meus da esquerda periféricos de SP, chamavam ele de Prefeito da Vila Madalena. A comunicação, até das coisas boas para periferia, era ineficiente.
    Mas, depois que ele erra, vem a Direita massacrando, aí, nós progressistas saímos em sua defesa. Esquecemos a causa do problema.
    Nassif que foi um dos grandes defensores das ferramentas da qualidade (lá nos anos 90 e tb 2000) conhece bem o Diagrama de Ishikawa. Eu gosto muito da lógica da Causa – Efeito, que compõem a “Espinha de Peixe” de Ishikawa.
    Na maioria dos problemas da vida e isto fica muito evidente nos problemas do Governo LULA 3, discutimos os efeitos, sem analisar as causas.
    Vivemos em Estado de Guerra. Qualquer (enfatizo qualquer) ação do Governo é alvo de críticas.
    Portanto, sendo ruim ou sendo boa a ação do Governo, temos que ter uma super preparação antes de qq divulgação. Ao se divulgar várias ações de comunicação simultâneas ao lançamento para propagandear o que o Governo pretende fazer.
    Então, Prezado Nassif (que acompanho na internet desde o IG) e que respeitosamente me apaixonei por suas análises na Folha de SP (quando eu ainda era um adolescente, mais de trinta anos se aram). Se o Haddad é um dos melhores quadros, a esquerda está muito mal.***
    Depois te tanto apanhar quando Prefeito de SP, de perder de forma humilhante para o Dória no primeiro turno, ele não aprendeu ainda a importância da comunicação?
    Não estou nem criticando ele por sabotar ações de alavancagem da economia pelo Lula, como a redução do IPI dos carros (aqui cabe uma postagem exclusiva, de como o Ministério dele agiu para não dar certo e depois dizer que os tempos são outros, diferente de LULA 2).
    Nassif que didaticamente nos ensinou o conceito de CEO Genérico, Haddad é uma pessoa legal, um cara do bem e quer o bem das Pessoas, mas não é um bom CEO especialista e pior, nem um bom CEO Genérico (aqueles que enganam com a receita de curto prazo e ótima comunicação).

    *** A direita está pior, mas tem a imprensa como aliada e se comunica bem pelas redes sociais. Tarcisio é um péssimo gestor, exemplos são fartos, a segurança é o seu “calcanhar de Aquiles”. Mas, tem mais, a entrada de Alphaville (bairro suburbano Nobre de SP) tem uma obra parada com mato crescendo desde 2024. Houve um troca de concessionária da Rodovia não explicada. Se está assim em bairros ricos, como está na Periferia? Onde está a comunicação da esquerda nas redes mostrando isto diuturnamente? Onde tem uma postagem falando Tarcisio Mau Gestor? Eles são ruins, mas se comunicam bem. Haddad não é ruim, mas se comunica pessimamente. Hoje tem muita gente (e eu estou entre eles, que preferiria Alckimin que Haddad).

  4. Tem pelo menos uns quatro cabloco(a)s querem a vaga do “Andrade”.

    Só fazem aumentar o fogo e jogar óleo na a.

    Pavimentando a volta de seu Jair.

    Pior que ele só a primeira-dama.

  5. Enquanto isso, a tchurma do “Deus, Pátria e Família” não pára:

    “Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, vereador do PL no município de Canarana (MT) é acusado de abusar de adolescente de 15 anos e uma criança de dois anos”.

    Brasil acima de tudo, Deus acima de todos

  6. Haddad está certo. quem paga iof são os ricos, principalmente que usam de swap. ágora: vê se que o mercado apoia o congelamneto do salário mínimo e desindexação do bpc do saĺário mínimo. isso às claras. advogam o arrocho para controle do erário. nessa conta não entram as forças armadas, por exemplo. ou o juduciário. afinal são as trincheiras que mantém essa selvageria que se chama de democracia à brasileira. com sieg heil e tudo.

  7. “Ora, se se ite que afeta o custo do crédito, deveria ser num argumento para a redução proporcional da Selic. ”
    Se procurar comentários meus aqui neste espaço vai encontrar uma sugestão minha que era exatamente essa. Baixar a Selic e subir o IOF. Não querem combater a inflação? então vamos encarecer o crédito para controlar o consumo.
    Além de reduzir as despesas aumentaria a receita.
    Mas, parece que falta coragem do governo para enfrentar a Faria Lima e a Globo.

  8. Haddad é o melhor quadro do PT. Um homem de enorme cultura, muito honesto, muito leal ao Lula. Não é de hoje que ele é atacado sem piedade pelas “lideranças” do PT. Como se a política econômica adotada pelo governo fosse uma escolha dele, Haddad. A antipatia e o ódio de muitos petistas ao Haddad tem a ver mais com as qualidades do que com os defeitos que todo homem/mulher público(a) tem. Haddad cumpre uma missão. Se ele jogasse a toalha e voltasse a dar aulas, quem o PT colocaria no lugar? Rui Costa? Camilo Santana? Quaquá? Melhor parar por aqui…

  9. Correto. A questão é muito complexa e colocar simplesmente culpa em A ou B de nada resolve. É uma boa oportunidade das esquerdas, e em especial do PT, se colocarem na linha de frente para explicar aos menos avisados essas medidas que são boas, por isso tão combatidas pelas elites e seus comandados paus mandados na mídia falada, escrita, televisada. Falam e escrevem asneiras todo dia e toda hora, com raríssimas exceções e , sempre em horários ou espaços patrocinados por agentes do sistema financeiro. O Ministro Haddad está correto e, eventuais falhas, não comprometem o contexto de seu trabalho. Depois é uma rematada tolice pensar que Lula não está a par de tudo uma vez que apoia o ministro 100%. A esquerda sempre teve esse viés de fazer em algumas ocasiões o jogo da direita e atuar como inocente útil. Uma dose de pragmatismo nos faria bem. E muita coisa é facílimo de falar; fazer são outros quinhentos.

  10. O Brasil é um País acostumado a estabelecer “jeitinhos”, nunca enfrentou os impedimentos que limitam o seu desenvolvimento. Uma fuga para a preservação do “status quo” das elites dominantes sempre prevaleceu em detrimento de um projeto nacional. Criou-se aqui uma das sociedades mais desiguais entre os países com algum desenvolvimento. A democracia do País não conseguiu incluir de verdade todos os brasileiros na agenda do Brasil. Falta ao País uma visão de crescimento. O problema é que o mundo em transformação não consegue enxergar no Brasil um País disposto a participar, a encarar os desafios e a pagar o preço para avançar. Esse papel ocupado com as commodities,, aumente ou diminua já é sabido. Como é que o Brasil pretende estar daqui 20 ou 30 anos. É esse o preço que querem saber se o País tem compromisso. Pouco vai se evoluir questões como a reindustrialização, infraestrutura e etc, se não houver decisão sobre desenvolvimento. Existe uma página antes de qualquer desenvolvimento.

  11. Haddad é pai, mãe, fiador e irmão do Galípolo.
    No mar, quando se é apanhado pela correnteza não adianta nadar contra ela.
    Lula e Haddad fazem isso desde o primeiro dia de governo.
    O cansaço vem e o destino fica cada vez mais distante.
    O PT no poder, deve deixar claro que o povo está sendo tangido para uma armadilha e indicar o caminho alternativo.
    BRICS é uma ótima solução, ao que parece.
    Apostar suas fichas no pais governado por um louco não faz sentido.
    Hoje, mais taxas para o aço e o aluminio brasileiro. A correnteza é forte!
    Primeira medida: proibir entrevistas de participantes do governo que não sejam coletivas ao PIG.

  12. “O melhor a fazer seria o próprio partido abrir uma discussão técnica, trazendo a academia, especialistas em mercado, em geopolítica, em política interna, para começar a desbravar o novo normal que virá pela frente.”

    Não vai acontecer, pois não há a grandeza e humildade para tal, infelizmente…

  13. Com todo respeito que lhe devo, o problema do governo são dois: Rui Costa e Haddad.
    Especificamente na área de economia, Haddad não é economista. Vários outros ocuparam o mesmo espaço sem sê-lo. Mas no caso de 2023, era uma terra arrasada, havia necessidade urgente de colocar pessoas com peso no debate em economia, não uma cuja maior “bagagem na área” foi dar aula no Insper, ou mesmo sem qualquer peso na produção sobre o tema econômico em âmbito nacional (como nas secretarias).
    Ele foi um ministro da educação excelente. Mas foi um prefeito muito fraco e está sendo muito fraco tn como ministro da fazenda. O Lula colocou ele achando que iria a economia iria estourar e o Haddad capitalizariria politicamente, sendo candidato em 2026.
    O que acabou acontecendo: o governo tá preso na armadilha econômica que o Haddad e demais criaram, de baixo crescimento ao mesmo tempo em que tenta manter toda estrutura fiscal que nos engessa. Esse papo de “pressionado pelo mercado” não existe pra quem sabe que isso acontece desde 1500….

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