Instituto de música Anelo celebra 25 anos de atuação

Ong formada em Campinas dá aulas de música para crianças, jovens e adultos. Já foram beneficiadas mais de 10 mil pessoas nesses 25 anos.

ANELO – Coro Infantil – Levi Macedo

Resultado da iniciativa de um jovem que buscou apoio de comerciantes para alugar o salão onde funcionava um antigo bar, e usá-lo para dar aulas de música, o Instituto Anelo celebra 25 anos de história e resiliência. Graças ao apoio de quem acreditou no projeto e após sobreviver a momentos de grave crise, a instituição se consolidou como referência não só no Jardim Florence, periferia da cidade de Campinas (SP), como também no Brasil, por  inspirar  outras  pessoas  a buscarem soluções na cultura para demandas sociais de suas comunidades. 

Atualmente, o Anelo atende 1,2 mil alunos, crianças, jovens e adultos, por ano.   Desde a sua fundação, mais de 10 mil pessoas foram beneficiadas, e muitos dos alunos que lá aram, hoje vivem profissionalmente da música, no Brasil e fora. Carinhosamente chamado de Nosso Lugar, por alunos e colaboradores, o Anelo funciona em uma sede própria desde 2020, em uma estrutura improvisada, adaptada para as atividades de ensino de música.   O espaço era uma antiga base da Guarda Municipal que foi reformada pela organização. 

A ong tem programas de musicalização infantil, ensino de instrumentos populares ou orquestrais, práticas de conjunto, entre tantos outros. Já entre os projetos estão a Orquestra Anelo, o grupo Pretas & Pretos e o Grupo de Mulheres. O Anelo firmou parcerias com a Arcevia Jazz Feast, na Itália, Standard Bank Jazz Festival, na África do Sul, e iniciou parceria com a unidade chinesa da Juilliard, uma das escolas de música mais conceituadas do mundo. 

“A minha maior motivação ao iniciar, lá atrás, o trabalho com o Anelo era deixar de ser invisível, sair deste lugar em que me sentia só mais um menino preto, esquecido na periferia, sem autoestima e sem perspectiva de um futuro.  Nesta jornada, foram muitas pessoas que se conectaram e ainda estão conectadas com o Anelo, e não imaginavam o que ele seria hoje. Fala-se do Anelo hoje como referência, mas a ideia que eu tenho é mais modesta, porque somos uma referência dentro de uma realidade de diversas vulnerabilidades, em meio à ineficiência de políticas públicas”, afirma o fundador Luccas Soares.

Da união de amigos à 1ª banda Anelo

Em 1997, aos 17 anos, Luccas iniciou com três amigos uma banda gospel chamada Anelo, que levava mensagens contra as drogas e se apresentava com instrumentos simples, como um teclado comprado a carnê. O grupo, inspirado por músicos da igreja, funcionava também como um embrião de ação social e educacional, com aulas de música ministradas por Luccas em sua casa. Quando o espaço ficou pequeno, ele alugou uma sala com apoio de comerciantes locais.

A banda original durou até 1999, mas a iniciativa evoluiu para um projeto sociocultural mais amplo. Nesse novo momento, o músico Guilherme Ribeiro, então estudante da Unicamp, conheceu Luccas e ou a colaborar com o projeto. Com sua chegada, nasceu a primeira banda instrumental do Anelo, que daria origem à atual Orquestra Anelo. Guilherme envolveu-se profundamente, ajudando na gestão, convidando colegas músicos e ampliando a estrutura da instituição. Em 2012, ele incentivou a participação do Anelo no festival Arcevia Jazz Feast, na Itália, iniciando uma parceria internacional que levou mais de 40 jovens à Europa.

Em 2018, Guilherme propôs a criação da Orquestra Anelo no formato de uma big band, da qual hoje é diretor artístico. O Instituto Anelo, que começou com poucos recursos e apoio comunitário, se consolidou como um patrimônio cultural de Campinas, promovendo a educação musical e a transformação social.

Conheça: https://anelo.org.br/

Para colaborar: https://anelo.org.br/colabore/

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