Decisão da ANP ameaça soberania energética do país, alerta FUP

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de istração (FIA). Com agens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Agência libera exploração da Margem Equatorial para petroleiras estrangeiras, enquanto Ibama nega licença para Petrobras

Foto de Zachary Theodore na Unsplash

A decisão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) em liberar a Margem Equatorial para a atuação de petroleiras estrangeiras “é um absurdo que ameaça a soberania energética nacional”, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

A entidade se posiciona contra leilão de áreas para exploração e produção de blocos localizados na região da Margem Equatorial, programado para o próximo dia 17 de junho.

Segundo a ANP, “serão oferecidos quatro setores na Bacia da Foz do Amazonas, que pela primeira vez entra em oferta desde a implementação da OPC (Oferta Permanente de Concessão)”.

Como lembra o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a Petrobrás tenta há anos, sem êxito, licença do Ibama para perfurar na Margem Equatorial em busca de petróleo. Para ele, a medida da ANP traz preocupações sobre a entrega de recursos estratégicos a empresas estrangeiras e os riscos ambientais envolvidos.

“O licenciamento para o poço pioneiro é um o essencial, pois, se o petróleo for encontrado, ainda levará cerca de cinco ou seis anos até o início da produção”, destaca Bacelar, que considera “estratégica” a exploração na região pela Petrobrás.

Sobre a Petrobras, a FUP entende que o Ibama deve exigir o máximo da Petrobrás para que a exploração seja feita da melhor maneira possível, mas que o Ibama acaba excedendo suas competências.

“O órgão não tem a prerrogativa de decidir se o Brasil deve ou não explorar petróleo—essa é uma atribuição do Conselho Nacional de Política Energética. O papel do Ibama é determinar a melhor forma de exploração, garantindo que os impactos ambientais sejam minimizados e  que a atividade ocorra com segurança para o meio ambiente e para as pessoas”.

Em maio de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou licença à Petrobrás para perfurar bloco localizado a cerca de 160 km da costa do Amapá e a 550 km da foz do Amazonas, alegando inconsistências técnicas e a ausência de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). A estatal contestou a decisão, afirmando ter cumprido todas as exigências.

Segundo Bacelar, 78% da produção nacional de petróleo está no pré-sal, mas essa produção começará a declinar a partir de 2032, e a exploração de novas reservas é essencial para garantir a soberania energética.

“O que defendemos é que essa exploração seja feita de forma responsável, com total respeito ao meio ambiente e à soberania nacional, dentro das melhores práticas internacionais, com qualificação profissional, com a geração de financiamentos que garantam a transição energética justa, inclusiva, e com a participação dos trabalhadores e das comunidades das regiões atingidas pelo processo”, destaca o representante da FUP

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Onde está o presidente?, O país está totalmente dominado pelos estrangeiros, a classe dominante civil e militar são uma piada de mal gosto, quem ainda achava que Lula é um nacionalista, hoje com certeza nao acha mais, obs. Aqui nao falo dos petistas, falo de 90 porcento da população, o Brasil está entregue, minerios estão sendo entregues, petróleo, comida, empresas fechando a rodo, mas claro os petista diram, Lula é o novo Getúlio rsrsrs

  2. Incrível como são as coisas.
    Ninguém tem autorização para explorar recursos naturais sem licença ambiental.
    ANP, não tem poder para ir contra uma decisão do órgão ambiental competente, no caso o IBAMA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador