IOF, especulação e o cerco ao capital volátil: os dilemas de Haddad em pauta na TV GGN

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Programa analisa propostas de Haddad para o IOF e debate os entraves entre arrecadação, controle cambial e o lobby do capital especulativo no Brasil; assista

Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Na edição desta segunda-feira (2) do programa TV GGN 20 Horas, exibido no Youtube, o jornalista Luís Nassif conduziu uma análise das propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com a participação do economista Nathan Caixeta, o debate jogou luz sobre um problema antigo: como blindar a economia nacional da montanha-russa cambial alimentada pelo capital especulativo, sem comprometer a arrecadação ou afugentar investimentos produtivos?

O Brasil virou o paraíso da rentabilidade em um mundo em crise”, resumiu Caixeta, apontando para a distorção estrutural: altas taxas de juros atraem capital de curto prazo, que entra e sai do país em operações ultrarrápidas, sem gerar emprego, renda ou desenvolvimento — apenas lucros vultosos.

IOF: remendo ou solução?

Na tentativa de conter a especulação cambial, o governo propôs calibrar o IOF, mirando operações financeiras de curtíssimo prazo. Para Caixeta, a medida é válida, mas insuficiente: “O IOF é paliativo. Desde a ditadura militar, é usado para apagar incêndio — nunca para reformar o sistema”.

A crítica não é contra o imposto em si, mas contra a hesitação do governo em sustentar sua própria proposta. “Anunciar e depois recuar enfraquece o ministro. Tira credibilidade”, alertou o economista, referindo-se à retirada da taxação sobre fundos de investimento e às tentativas de incluir criptoativos e apostas online como compensação.

Nassif, no entanto, reforçou: “A grita da Faria Lima é puro teatro. O problema não está no IOF, está em um sistema que oferece 14,75% ao ano para o banco só por emprestar ao governo. Quem pega crédito com juros desses é o povo — e é por isso que o Brasil nunca sai da armadilha.

Alternativas globais: o BRICS no horizonte

Em tom mais esperançoso, o programa discutiu ainda as alternativas sistêmicas. A criação de uma moeda comum entre os países do BRICS foi apontada como uma possibilidade de ruptura com a hegemonia do dólar e com a ditadura dos fluxos especulativos

“Sem uma mudança estrutural — nacional e internacional — continuaremos patinando entre paliativos, fritando ministros e assistindo ao país ser usado como playground do capital volátil”, concluiu Nassif.

Assista a íntegra:

Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido parcialmente com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial na transcrição e resumo das entrevistas. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas e revisão de conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.

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2 Comentários

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  1. Quando se sente observado pelo mercado, Fernando Haddad não fode, nem sai de cima, muito pelo contrário. Essa falta de vontade de descer do muro vai emparedar qualquer chance dele de ganhar meu voto. Prefiro votar nulo a eleger uma mosca morta que se oferece às Lagartixas vorazes da Faria Lima.

  2. Qualquer ação governamental no sentido de cobrar imposto do especuladores, de pronto a nossa imprensa livre de isenção, intensifica a grita sontra a cobrança, afinal a tal imprensa está a serviço dos especuladores, eles sõa a favor do corte de despesas, mas sem cobrar dos mais ricos.o Pobre que se exploda, como diria o personagem Justo Veríssimo, eu quero é me dar bem! Nada como uma secção de pesquisorréia sobre aprovação/rejeição do governo, para deixar o mesmo aflito. Mas faz parte do jogo sujo da nossa vanguarda do atrazo.

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