Educação sob ataque: novo mapeamento expõe avanço da privatização e militarização nas escolas públicas de São Paulo

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Evento no dia 17 marca o lançamento de um mapa colaborativo com denúncias de violações à educação pública nas redes estadual e municipal

Mapeamento dos Ataques à Educação Pública de São Paulo. | Imagem: Captura de tela

O avanço das políticas de militarização e privatização nas escolas públicas paulistas encontra agora uma nova forma de resistência. No dia 17 de junho, às 19h, será lançado o Mapeamento dos Ataques à Educação Pública de São Paulo, uma ferramenta inédita que transforma denúncias isoladas em um retrato coletivo da crise que atravessa a rede pública de ensino no estado, com apoio do Jornal GGN. O evento acontecerá no Auditório do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), no centro da capital.

A atividade reunirá famílias, estudantes, professores, trabalhadores do quadro de apoio, diretores, especialistas em educação, entidades sindicais e parlamentares em um esforço conjunto para dar visibilidade ao desmonte da educação pública promovido pelas istrações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Um mapa para não deixar dúvidas

Desenvolvida pela Campanha Salvem a Escola Pública em conjunto com a Frente Popular em Defesa da Escola Pública, e o apoio de diversas entidades e do GGN, a plataforma permite o envio anônimo de denúncias sobre processos autoritários em andamento nas escolas: militarização, terceirizações, fechamento de turmas, perseguições políticas e afastamentos arbitrários de diretores.

Todos os relatos são geolocalizados em um mapa interativo (acima e pelo link), facilitando a identificação de padrões nas ações do poder público. Alguns relatos são também disponibilizados em um boletim, disponível para leitura aqui.

“O objetivo é transformar experiências individuais em uma resposta coletiva e visível. O mapa mostra onde e como a educação pública está sendo atacada e ajuda a mobilizar as comunidades escolares e pressionar as autoridades”, explicam os organizadores.

Excesso de autoritarismo

As denúncias que motivaram a criação da ferramenta apontam para a falta de transparência e o uso de métodos autoritários na implementação de mudanças nas escolas. Afastamentos de gestores sem processo istrativo, ameaças, intimidações e silenciamento de professores, estudantes e familiares têm sido recorrentes.

Os argumentos usados pelo governo estadual e municipal para justificar essas ações — como os baixos índices no IDEB, IDEP e SARESP — são criticados pelas entidades organizadoras por ocultarem as verdadeiras intenções de redirecionar o orçamento público da Educação para interesses privados.

Resistência organizada

Para o lançamento, estão confirmadas presenças de universidades, coletivos estudantis, sindicatos e movimentos sociais. O Mapa dos Ataques à Educação Pública em São Paulo conta com o apoio do Comitê São Paulo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Famílias pela Educação Pública, Movimento Renova Sinesp, Coletivo REMA, Jornal GGN, QuatroV e Brigada pela Vida.

A plataforma já está no ar e será constantemente atualizada com novas denúncias e informações. Você pode ar o mapa interativo clicando aqui: bit.ly/m/mapa-do-ataque-a-educacao-publica-sp.

Serviço

Lançamento do Mapeamento dos Ataques à Educação Pública de São Paulo

Quando: Terça-feira, 17 de junho, às 19h
Onde: Auditório da APEOESP | Praça da República, 282 – Centro, São Paulo/SP
Aberto ao público – entrada gratuita

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1 Comentário

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  1. Pergunto publicamente – “sem maldade” – o que fez/faz/fará a APEOESP pelo grande número de docentes Categoria O?

    A pergunta deve-se ao fato de que somos um número gigantescos de trabalhadoras e de trabalhadores neste regime laboral precário, de quem ARRANCAM mensalmente 1,4% do salário bruto.

    Qual o retorno para nós? Por favor, APEOESP, responda aqui mesmo. Mas, sem as respostas evasivas e genéricas, que tenho recebido da APEOESP local.

    Para evitar perseguições, tanto da SEE/SP que odeia profissionais engajados no interesse coletivo quanto em sua “opositora” a APEOESP (alguém mais lembrou ARENA x MDB?), me permitirei anonimamente.

    Att
    Categoria O – Sociologia; Filosofia e Itinerários Formativos

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