Soberania tecnológica exige mais ousadia da União Europeia

Economistas reconhecem necessidade de investimentos, mas recomendações de Draghi não correspondem ao tamanho do desafio

Zheng Huansong-Xinhua

O relatório de Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, sobre a competitividade da União Europeia (UE) não é suficientemente ambicioso para enfrentar os desafios tecnológicos e produtivos atuais, na visão dos economistas Mariana Mazzucato e Bengt-Åke Lundvall

Em artigo publicado no Project Syndicate, ambos reconhecem que o relatório destaca a necessidade de investimentos significativos e uma política industrial mais coordenada, mas apontam que as recomendações propostas não correspondem à magnitude dos obstáculos enfrentados pela UE.

Entre outros pontos, o relatório elaborado por Draghi mostra que a renda per capita nos Estados Unidos cresceu mais do que na Europa desde a crise financeira global de 2008, já que a Europa ficou atrás dos Estados Unidos (e da China) em termos tecnológicos.

Como tal lacuna de produtividade é resultado de um subinvestimento crônico – as empresas da UE gastaram 270 bilhões de euros (US$ 305 bilhões) a menos em pesquisa e desenvolvimento do que as empresas norte-americanas somente em 2021 – Draghi recomenda que a Europa expanda seus investimentos em 750-800 bilhões de euros por ano (cerca de 4,4-4,7% do PIB).

Mazzucato e Lundvall enfatizam que a soberania digital e tecnológica da Europa requer mais do que medidas incrementais, mas um compromisso estratégico que vá além da competitividade tradicional.

Eles defendem uma abordagem que integre políticas industriais, de inovação e sociais, promovendo investimentos públicos e privados em setores-chave, como inteligência artificial, energias renováveis e infraestrutura digital.

Os autores destacam ainda a importância de fortalecer a capacidade estatal para liderar e coordenar essas iniciativas, garantindo que os benefícios do progresso tecnológico sejam amplamente distribuídos entre os cidadãos europeus.

Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido parcialmente com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial na transcrição e resumo das entrevistas. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas e revisão de conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.

1 Comentário

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  1. E? Sinceramente, o que isso te a ver com a nossa luta por capacidade tecnológica? A Mazzucato assessora o Brasil e a Europa que disputam capacidade tecnológica?? Entendi, o Brasil não disputa nada que não seja soja e frango? Semicondutores é pra gente de bem. Não o Brasil. Fecha o Ceitec em Porto Alegre. Tá só gastando dinheiro que deve ir para os credores da dívida pública. Viva o Hadad e o Gaílopoli!!

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