Depoimento de senador encerra fase de oitivas no STF sobre tentativa de golpe

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Rogério Marinho é a 52ª e última testemunha ouvida antes dos interrogatórios dos réus, entre eles Jair Bolsonaro e ex-ministros

Gustavo Moreno/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerra, nesta segunda-feira (2), a fase de oitivas da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas ligadas ao alto escalão do antigo governo. O último a depor é o senador Rogério Marinho (PL-RN), chamado como testemunha de defesa.

Ao todo, 51 testemunhas foram ouvidas nas últimas duas semanas, em sessões conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. O próprio ex-presidente Bolsonaro acompanhou todas as audiências por videoconferência. A presença de outros ministros do STF, como Luiz Fux, que fizeram perguntas durante os depoimentos, evidenciou o peso e a gravidade do caso. Normalmente, esse tipo de fase é conduzido por juízes auxiliares.

Réus do núcleo central da trama

Além de Bolsonaro, figuram como réus no núcleo central da trama golpista os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier.

Durante os depoimentos, as defesas dos réus não conseguiram desmontar os principais pontos da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Diante disso, desistiram de ouvir 28 testemunhas previamente arroladas.

Interrogatórios à vista

Com o fim das oitivas, o próximo o do processo será o interrogatório dos réus. Moraes deve agendar, nas próximas semanas, as audiências em que Bolsonaro e os demais acusados prestarão depoimento — desta vez, respondendo às perguntas da PGR, das defesas e do próprio ministro-relator.

Inicialmente, estava prevista a oitiva de 82 testemunhas de acusação e defesa. No entanto, esse número foi reduzido ao longo do processo. Das seis testemunhas de acusação, apenas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi dispensado após pedido da PGR. Outros nomes foram retirados pelas próprias defesas.

O que está em jogo

O processo trata do suposto envolvimento de Bolsonaro e aliados em uma tentativa de desestabilização das instituições democráticas e reversão do resultado eleitoral de 2022. A investigação aponta articulações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com base em teorias golpistas e uso indevido de estruturas do Estado.

Com os interrogatórios prestes a começar, o caso se aproxima de sua fase decisiva.

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3 Comentários

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  1. Enquanto isso Artur Falk de volta e circulando livre, leve e SOLTO. Sei não, há momentos que outros focos são necessários. Se é que é para acreditar em nossa justiça.

  2. Meu amigo foi preso e jogado numa cela. 10 minutos após ser jogado na cela, um agente estatal brucutu adentrou a cela ou na frente do meu amigo e, apesar deste não ter sequer aberto a boca, pergunta-lhe: “Porque você me xingou?”
    Omeu amigo respondeu: “Eu nem falei”.
    O Brucutu respondeu: “Você não me xingou mas pensou em me xingar”. E deu-lhe uma bofetada no rosto.
    Esses fatos, corriqueiros nos presídios brasileiros, não incomodam os nossos $enadores, mas vão aos EUA, custeados com recursos públicos, porque golpistas fugitivos estão presas lá.

    “Essas mulheres estão presas há 4 meses em um presídio americano aguardando decisão da justiça americana sobre seus pedidos de asilo político…”

    $@canagem com os contribuintes. Outros Brasileiros estão presos nos EUA. Porque só as golpistas merecem a atenção dos $enadores?

  3. aprovado de forma simbólica.

    “É imprescindível que a Comissão de Direitos Humanos do Senado realize uma diligência, com urgência, a fim de verificar as condições dessas presas e investigar as denúncias de abusos e violações de direitos humanos”.

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