Moraes manda prender Carla Zambelli, inclui nome na lista da Interpol e bloqueia redes e bens

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Ministro do STF atende pedido da PGR, aponta risco à ordem pública e diz que deputada age de forma reiterada contra o Estado Democrático

Deputada federal Carla Zambelli (PL). | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A ordem vem na esteira de uma condenação recente da parlamentar a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A medida extrema ocorre após Zambelli deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, ando pela Argentina. Moraes considerou que houve fuga do distrito da culpa, ou seja, tentativa de se esquivar da aplicação da lei penal. A deputada está atualmente na Flórida, segundo sua assessoria, e alegou que se afastou para realizar tratamento médico e que pretende se licenciar do mandato.

Segundo Moraes, a parlamentar atua de forma “ativa e reiterada” para atingir o Estado Democrático de Direito, mesmo durante o exercício do mandato.

Além da prisão, Alexandre de Moraes determinou um conjunto robusto de sanções:

  • Inclusão de Carla Zambelli na lista vermelha da Interpol, o que permite sua prisão em 195 países;
  • Bloqueio de bens, salários, contas bancárias e PIX;
  • Confisco de veículos, embarcações e aeronaves eventualmente registrados em seu nome;
  • Bloqueio de aportes, inclusive o diplomático concedido a parlamentares;
  • Suspensão de redes sociais, como Gettr, Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), LinkedIn e TikTok;
  • Multa diária de R$ 50 mil por novas postagens com conteúdo considerado criminoso.

Pedido da PGR

A PGR considera que Zambelli está foragida da Justiça, pois além de ter deixado o país, anunciou publicamente sua permanência no exterior e o descumprimento de uma decisão judicial do STF.
O pedido, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, foi mantido em sigilo.

Condenações e outros processos

Zambelli já acumula duas condenações no STF. A primeira, de 10 anos de prisão por crimes ligados à invasão de sistemas do CNJ. A segunda, ainda sem sentença definitiva, trata do episódio em que ela sacou uma arma e perseguiu um eleitor do presidente Lula (PT) durante o segundo turno das eleições de 2022.

Nesse último caso, seis ministros votaram por sua condenação a 5 anos e 3 meses de prisão, além da cassação do mandato, mas o julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro Nunes Marques.

A deputada também é investigada em dois inquéritos sigilosos no STF: o das fake news e o das milícias digitais, que apuram envolvimento em ataques às instituições e articulações golpistas após as eleições de 2022.

Na Justiça Eleitoral, foi condenada por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou seu mandato e a declarou inelegível por oito anos. O caso aguarda julgamento de recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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8 Comentários

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  1. O mais impressionante é que nenhum jornalista colou nela antes da fuga. A transmissão da saída dela do país em tempo real não era furo jornalístico ou os jornóialistas da mídia golpista queriam ajudá-la a fugir do Brasil?

  2. Essa Rata diz que a ordem de prisão é ilegal porque, de acordo com a constituição, um deputado só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável e ela não foi presa em flagrante e seu crime não é inafiançável.

    “Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia”. – Zambelli

    Quem violentou a democracia foi tu, jega.

      1. Eu tô respeitando, ela própria é que não está respeitando sua in-capacidade hermenêutica, pois ela disse que é afiançável o crime praticado por ela, além de que ela não foi presa em flagrante, isto é, ela não foi imediatamente presa após a prática do crime.

  3. Antes de mais nada, dê-se menção honrosa a quem escolhe as fotos da Zambelli para ilustrar seus momentos. Inequivocamente bonita, a querida deputada não consegue resistir aos apelos da sua estupidez e segue desafiando a justiça e a inteligência alheia. Daí, não tem como, aparece tão feia nas fotos quanto as situações que cria para si.

  4. “Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália. Não há o que [o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso.”(Carla Zambelli)
    Moraes não sabia que a condenada tinha dupla cidadania? Que sua fuga era uma forte possibilidade a ser considerada? Por que não foi vigiada?

    A conclusão se impões: facilitaram a fuga da criminosa.

    Equivocou-se quem a chamava de “Espanhola”: ela é italiana.

    Giorgia e Carla, sorelle d’Italia…

  5. Irá a Itália impedir a punição de criminosos? O fato de ter dupla cidadania dá a alguém o direito de praticar crimes em um dos países do qual é cidadão e de fugir para o outro país a fim de garantir sua impunidade?

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